
Apoiando o próprio partido em algumas cidades e o PSDB em outras, além de optar pela neutralidade ou apoiar legendas coligadas aos socialistas, o governador e presidente da sigla socialista, Eduardo Campos, fica cada vez mais conhecido pelo Brasil afora, algo que fortalece suas pretensões de pleitear o Palácio do Planalto; E, nesta linha, o socialista tem se aproximado cada vez mais do PSDB do que do aliado PT, partido com o qual mantém uma aliança histórica e do qual integra a base de apoio em nível federal; segundo turno deverá sinalizar para qual lado a balança deverá pender.
Leonardo Lucena e Paulo Emílio_PE247 – Com o importante papel de cabo eleitoral, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, já iniciou a maratona para ajudar a eleger seus candidatos em alguns municípios brasileiros. Apoiando o próprio partido em algumas cidades e o PSDB em outras, além de optar pela neutralidade ou apoiar legendas coligadas aos socialistas, o Chefe do Executivo Estadual fica cada vez mais conhecido pelo Brasil afora, algo que fortalece suas pretensões de pleitear o Palácio do Planalto, mesmo que isso ainda se dê no campo das especulações. E, nesta linha, o socialista tem pendido mais para o PSDB do que para o aliado PT, partido do qual integra a base de apoio em nível federal.
Em Uberaba (MG), Eduardo se empenha junto com um dos principais nomes do PSDB para disputar a presidência da República em 2014, o senador Aécio Neves, para eleger o candidato Lerin (PSB), que aparece com 43,2% dos eleitores contra o peemedebista Paulo Piauí (39,5%). Na disputa pela prefeitura da capital mineira, campos também contou com o apoio de Aécio para reeleger Marcio Lacerda (PSB), sepultando os planos do PT em Belo Horizonte.
Fazendo jus à proximidade com os tucanos, em Manaus (AM), o PSB também se aliou com o PSDB, que tem como candidato Artur Virgílio. O tucano abre larga vantagem sobre Vanessa Grazziotin (PC do B), com 68% contra 32% da “comunista”. Detalhe, Vanessa conta com o apoio do PT e das principais figuras do partido, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff para tentar vencer a disputa no segundo turno.
Campinas (SP), Fortaleza (CE) e Cuiabá (MT) são outras cidades onde o PSB vem disputando espaço com o Partido dos Trabalhadores. Nestes locais, a balança tende a pender para o PT, acirrando ainda mais os ânimos entre as duas legendas. No município paulista, o postulante do PT, Márcio Pochmann, figura com 45% das intenções de voto. Por outro lado, Jonas Donizette (PSB) conquistou até agora 39%. Na capital cearense, o petista Elmano de Freitas registra 42% contra 37% de Roberto Cláudio. Em Cuiabá, capital do Mato Grosso, o governador também está perdendo para os petistas. Enquanto que Lúcio Cabral se firma 47% das intenções de voto, o socialista Mauro Mendes assegura 41% do eleitorado.
Em São Luiz (MA) a aliança “municipal” entre PSB e PSDB não acontece. Ali, o candidato apoiado pelo cacique socialista, Edivaldo Holanda (PTC), aparece com 49% do eleitorado, enquanto o adversário João Castelo (PSDB), possui 39% das intenções de votos, conforme pesquisa do Ibope.
“Eduardo está consolidando gradativamente seu projeto em nível nacional. É uma prospecção política que acena para suas articulações não somente com o PSDB, mas também com outras forças políticas”, afirmou o cientista político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), José Luiz da Silva. Sobre as recentes declarações do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) de que o socialista deveria se afastar do PT, caso queria se candidatar à presidência, o estudioso não avalia isso apenas como um sentimento de rancor por parte do peemedebista que faz uma forte oposição contra o Partido dos Trabalhadores a despeito da sua legenda integrar a base governista em nível federal.
“Todo mundo sabe que Jarbas não se dá bem com o PT. Mas, pragmaticamente, o raciocínio dele é coerente levando em consideração a engenharia política em construção do PSB, que busca sua independência e colide com o PT”, avalia o especialista.
No caso de João Pessoa (PB), o governador preferiu ficar “neutro” na disputa entre PT e PSDB. Na capital paraibana, o petista Luciano Cartaxo está com mais que o dobro de votos (58%) do seu concorrente, Cícero Lucena, que obtém 25% do eleitorado.
Já em São Paulo, onde o ex-ministro Fernando Haddad (PT) abre 16% pontos percentuais de vantagem sobre o tucano José Serra (49% versus 33%), Eduardo Campos adota uma posição de certa “neutralidade”, muito embora apoie oficialmente a candidatura petista contra o candidato tucano. “Essa estratégia faz parte de um jogo político para agradar ao PSDB e, ao mesmo tempo, não criar fissuras com o PT”, analisa o especialista da Fundaj.
Com toda esta movimentação, O PT anda alarmado com as reais pretensões de Eduardo Campos. Apesar das afirmações de que o PSB continuará ao lado do Governo e que apoiará a reeleição da presidente Dilma, caso esta venha a se candidatar em 2014, as alianças e algumas declarações do tipo de que o PSB não é um partido satélite ou subserviente, despertam o temor entre os petistas que ele venha a compor uma chapa majoritária já em 2014. Esta possibilidade teria levado a presidente Dilma Rousseff a agendar uma reunião com o socialista para logo depois do segundo turno e, desta forma, saber das reais intenções do socialista.
Com a temperatura subindo resta saber se o que será colocado na fervura será mais água ou lenha para alimentar o fogo que queima entre as duas legendas.
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