Depois que o secretário estadual de Transportes, Isaltino Nascimento (PT) abraçou a causa, agora é a vez do vice-prefeito eleito do Recife a partir de 2013, Luciano Siqueira (PC do B), tentar apaziguar os ânimos e restaurar a aliança entre o PT e o PSB no Recife.
Leonardo Lucena_PE247 – Após as eleições municipais, no cenário político recifense surgem figuras com a missão de tentar reconciliar PT e PSB. Depois que o secretário estadual de Transportes, Isaltino Nascimento (PT) abraçou a causa, agora é a vez do vice-prefeito do Recife a partir de 2013, Luciano Siqueira (PC do B). Assim como o dirigente petista, o comunista transita nos dois lados, uma vez que já ocupou o mesmo cargo quando o hoje deputado federal petista João Paulo era prefeito da capital pernambucana (2001-2008).
O clima entre as duas legendas no Recife não anda dos mais amigáveis. Ao longo da campanha o senador Humberto Costa, candidato derrotado pelo PT, acusou o PSB de traição por ter lançado o ex-secretário estadual Geraldo Julio como candidato. Além disto, também houveram diversas críticas ao Projeto de Parceria Público-Privada (PPP) referente a empresa de saneamento, Compesa, gerida pelo Governo do Estado.
Um outro complicador na missão que Siqueira tem pela frente é o ingresso do PMDB nos quadros da Frente Popular. O PMDB pernambucano é liderado pelo senador Jarbas Vasconcelos, que bateu duramente nos 12 anos de gestão que o Partido dos Trabalhadores esteve à frente da Prefeitura do Recife, além de ser um dos mais ferrenhos críticos do PT em nível federal.
Uma outra dificuldade, talvez ainda maior, é que o PT recifense encontra-se dividido internamente. Enquanto algumas correntes pregam o rompimento definitivo com o PSB, outras acham que devem ser independentes da nova gestão e outros pregam que a legenda deve integrar a administração do socialista Geraldo Julio.
A primeira tentativa de reconciliação aconteceu na semana passada, quando o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, escalou o secretário Isaltino Nascimento (PT) para tentar uma retomar os diálogos com o PT. Os petistas ocupam três cargos no Governo Estadual – além da secretaria de Transportes (comandada por Isaltino), a de Cultura, que tem à frente Fernando Duarte, e a Empresa Pernambucana de Transportes Intermunicipal (ETIP), comandada por Dílson Peixoto, que foi coordenador financeiro da campanha do candidato petista Humberto Costa no Recife.
As intensas alfinetadas entre petistas e socialistas marcaram toda a campanha eleitoral deste ano. De um lado, acusações ao PSB de abuso de poder econômico e a tentativa do PT de impugnar a candidatura do postulante Geraldo Júlio. Do outro, rebates sobre o desespero da candidatura petista ao perceber que perderia a eleição.
Embora o próprio Nascimento tenha dito que a maioria das correntes internas do PT prefere manter a relação amistosa com o PSB, aparentemente, não houve avanços nas negociações até o momento.
Agora, o secretário e o vice-prefeito tem pela frente o desafio de apagar o fogo no certame PT-PSB. Resta saber se a reconciliação depende de articuladores ou se é apenas o tempo poderá fechar as feridas.
*Colaborou Paulo Emílio_PE 247
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