
Partido que mais cresceu nas eleições 2012, o PSB governará 11% do eleitorado a partir do ano que vem, um salto de cinco pontos percentuais ante o pleito de 2008, quando a sigla detinha 6% do eleitorado; Alianças e o fortalecimento da legenda em outras regiões fora do Norte e Nordeste são as peças do tabuleiro que o presidente nacional da sigla, o governador de Pernambuco, Eduardo campos, terá que mexer para consolidar seus planos de chegar ao Palácio do Planalto
Leonardo Lucena_PE247 – Partido que mais cresceu nas eleições 2012, o PSB governará 11% do eleitorado a partir do ano que vem levando em consideração o desempenho obtido na disputa para prefeito Brasil afora, um salto de cinco pontos percentuais ante o pleito de 2008, quando a sigla detinha 6% do eleitorado. A legenda avançou de 310 para 439 em número de prefeituras e, neste segundo turno, venceu em seis das sete cidades onde disputou. Para diversos analistas, partidos que mais cresceram buscarão maior atividadejunto ao Governo Federal e o crescimento da oposição não pode ser interpretado como um entrave aos planos do governador de Pernambuco, o socialista Eduardo Campos, rumo ao Palácio do Planalto num futuro próximo.
Para o cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Michel Zaidan, PT e PSB brigarão para fortalecerem suas musculaturas, ocupando mais espaço no Governo Federal. Na visão dele, o PT sai fortalecido por conta da vitória de Fernando Haddad em São Paulo, o que implica na luta por um papel mais ativo dos petistas no Congresso nacional, assim como no caso dos socialistas. Isto se deve ao crescimento da sigla nestas eleições, que vai governar cinco capitais brasileiras – Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG).
“Com a eleição de Haddad em São Paulo, Dilma vai ter que fortalecer o papel do PT no governo. Já com o PSB, a mesma coisa, porém o partido, que foi o que mais cresceu, vai buscar novas alianças”, afirma.
O PSD, partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), e que elegeu 496 prefeitos em todo o país, é outra legenda que tentará uma atuação mais incisiva, na avaliação do estudioso. Para ele, o fator “Haddad” também favorece este cenário. “Em tese, o PSD vai se aproximar do PT em São Paulo e brigar por mais espaço no Governo Dilma”, diz.
Como parte de um jogo no qual os socialistas buscam ficar mais independentes do PT e de legendas aliadas, o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também presidente nacional da sigla, se aproximou do PSDB, a ponto de ter se discutido possibilidades de aliança entre ambos os partidos nas próximas eleições presidenciais, com os tucanos na vice. Embora o próprio gestor tenha afirmado que a “rivalidade” entre os partidos é algo superado na história política brasileira, o fato é que essa relação estreita significa um rearranjo no quadro político nacional para 2014.
Além disso, é bom ressaltar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que o partido não tem vocação para ser vice. Mas, de acordo com Zaidan, o partido terá dificuldade para emplacar um candidato em 2014. “Aécio Neves, que é o nome mais cotado para se candidatar, está apagado, não tem mais aquela força, aquele prestígio político que tinha quando governava Minas Gerais”, acrescenta.
No caso do PSB, além de vitórias no Norte e no Centro-Oeste, o partido também venceu em Campinas (SP), outra importante cidade no Sudeste. A sigla tem mais força no Norte/Nordeste, mas já está com os “pezinhos” em outras regiões do país.
Segundo o cientista político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), José Luiz da Silva, as eleições 2012 antecipam um cenário no qual se consolida uma alternativa de poder, mas isso não depende apenas de emplacar prefeitos do PSB. “Você não precisa necessariamente conquistar prefeituras para se fortalecer nacionalmente. Onde Eduardo não tem prefeito, está alinhado com outras forças que têm forte penetração nessas áreas”, explica.
Outro fato que chama a atenção é o fortalecimento da oposição (PSDB e DEM) nas regiões Norte e Nordeste. Os tucanos governarão quatro capitais – Manaus (AM), Teresina (PI), Maceió (AL) e Belém (PA). Já os democratas ganharam em Salvador (BA) e Aracajú (SE). “Esse crescimento não atrapalha o projeto de Eduardo para se candidatar a presidente, porque onde ele não tem penetração, tem alianças”, complementa.
Em relação ao DEM, o especialista também não vê maiores problemas, mas neste caso, o PMDB é quem estaria facilitando a vida do governador pernambucano, inclusive com a colaboração do senador Jarbas Vasconcelos, que aderiu ao palanque de Eduardo nas eleições do Recife. “Em Salvador, por exemplo, uma parte do PMDB que coordenou a campanha de ACM tem simpatia por Eduardo. E Jarbas, também, será um dos articuladores na construção dessas alianças. Acredito que esse desempenho da oposição não afetará Eduardo”, completa.
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