
O blecaute, que foi o quarto neste semestre e o segundo na região nordestina em menos de um mês, provocou prejuízos no abastecimento de água, no trânsito, com o desligamento dos semáforos, e também a empresas privadas; A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) observa, contudo, que o maior prejuízo fica na falta de confiança do empresariado no sistema elétrico nacional; Segundo a entidade, neste ano o Brasil registra quatro apagões de grande porte e outros 64 classificados como mini-apagões.
Leonardo Lucena e Paulo Emílio_PE247 - O apagão que ocorreu na madrugada de hoje (26) por conta de um incêndio nas subestações de Colinas (TO) e Imperatriz (MA) e provocou um curto circuito que afetou a ligação entre os sistemas Norte/Nordeste e Sul/Sudeste, causou uma série de prejuízos em toda a Região. O blecaute, que foi o quarto neste semestre e o segundo na região nordestina em menos de um mês, provocou prejuízos no abastecimento de água, no trânsito, com o desligamento dos semáforos, e também a empresas de grande porte localizadas no Complexo de Suape, como a Cereser. A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) observa, contudo, que o maior prejuízo fica na falta de confiança do empresariado no sistema elétrico nacional.
Embora o apagão tenha acontecido durante a madrugada, diversos problemas relacionados à falta de energia persistiram ao longo do dia. NO caso do abastecimento d’água, por exemplo, as cidades mais afetadas foram Floresta, no Sertão, e Pombos, no Agreste. Estes municípios tiveram 100% do abastecimento interrompido, de acordo com informações da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Na primeira, houve um estouramento de uma adutora. Na segunda, o prejuízo foi na estação de tratamento, onde o problema foi na área de cloração, que leva cloro para a água.
Em Gravatá, também no Agreste, a falta de energia provocou uma redução de 70% do volume de água por causa de uma falha mecânica no Sistema Vertentes. Outras cidades que enfrentaram queda na vazão foram Cupira e São José do Belmonte. Já no Recife, 17 localidades da capital pernambucana foram afetadas com a paralisação de uma estação elevatória do Sistema Caixa D’água. A situação só foi normalizada no final da tarde.
No caso dos semáforos, segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), quase 400 dos cerca de 600 sinais da capital ficaram paralisados e a situação foi contornada ao longo da manhã
Algumas empresas e indústrias também registraram prejuízos. Na fabricante de vinhos Cereser, por exemplo, as perdas chegaram a R$ 100 mil. “Tivemos prejuízos materiais e falta de produção, mas não podemos fazer nada. Os outros apagões não nos afetaram tanto, mas este deixou a empresa oito horas sem energia. Estimamos que o prejuízo tenha sido na ordem de R$ 100 mil”, disse o gerente geral da unidade Luiz Augusto Wanderley.
Para o vice-presidente da Fiepe, Oscar Rache, ao pagão desta quinta-feira apenas expôs a fragilidade do sistema. “Existem poucas defesas contra ocorrências desta natureza. E esta é uma situação que acontece com frequência. Foram quatro apagões grandes, mas tivemos em todo o Brasil nada menos que 64 mini-apagões. Isto causa problemas a curto, médio e longo prazo , além de encarecer ainda mais o Custo Brasil”, afirma.
Segundo Rache, apesar da produção industrial ser paralisada, os custos e encargos pagos pelo empresariado não param, o que afeta financeiramente as empresas. “Não queremos ressarcimento. Queremos a confiabilidade do sistema. A insegurança que isto causa no sistema de produção fatalmente resulta na redução de investimentos. Nossa preocupação é esta”, garante.
O empresário avalia que quando os primeiros apagões começaram a acontecer, há cerca de 15 anos, foram adotadas uma série de ações emergenciais, como a implementação de usinas termelétricas. “Elas funcionam, mas produzem energia mais cara e poluente. E isto era um plano emergencial para 5,6,7 anos, no máximo. Acabaram virando uma solução permanente. De lá pra cá nada realmente efetivo foi feito para resolver o problema de forma definitiva”, acrescenta.
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