
O drama dos agricultores serratalhadenses está cada vez pior. Em conversa com o FAROL DE NOTÍCIAS, muitos relataram que a situação agravou-se no campo por conta da falta não só da água, mas de comida. O rebanho de boa parte dos pequenos produtores já morreu de fome e sede. E as “cabeças de gado” que restaram acabaram sendo vendidas, como eles próprios citam: “a preço de nada” ou “praticamente de graça”. O FAROL visitou a assembleia geral dos agricultores, ocorrida na manhã dessa segunda-feira (5), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada, e colheu depoimentos emocionantes. Se falta de tudo, mas ainda existe voz, dizem eles, então a hora é de gritar. Confiram o Fala Povo desta semana:
ANTÔNIO GOMES, 52 ANOS, AGRICULTOR NO ASSENTAMENTO BATALHA

ODAIR JOSÉ, 40 ANOS, AGRICULTOR EM SÃO JOÃO DOS GAIAS
“Minha situação é essa: tenho que andar, todos os dias, 6 km da minha casa até um pequeno barreiro que ainda existe por lá. Eu ando esse tanto acompanhado do meu gado, alguns bois, e levo eles pra esse lugar só para eles beberem água. Aí, os animais tomam alguma coisa que ainda existe e eu volto tangendo eles de volta para casa. O meu gado só bebe água uma vez por dia, depois que a situação piorou. Aí, eles chegam em casa e se deitam. Passam o dia assim. Pois não têm mais força de trabalhar. Minha esperança agora é esperar a chuva chegar pra vê se eles engordam. O meu plantio já se foi e só estamos vivendo com a ajuda do governo”.
ELIAS DE MELO, 67 ANOS, AGRICULTOR EM POÇO ESCURO

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